Por David Stephen

Agora, escrever artigos científicos, ensinar matemática e responder às mais complexas perguntas do mundo não é mais privilégio dos grandes pensadores e educadores. Uma inteligência artificial chamada ChatGPT e seus concorrentes também farão esse trabalho. E você professor? E você mantenedor ou dirigente de instituição de ensino? Sentem-se preparados para encarar essa nova realidade?

É sobre isso que iremos discorrer neste artigo, que está incrível!

ChatGPT, o início de uma grande revolução

O mundo ficou perplexo com o poderio demonstrado pelos agentes inteligentes apresentados à sociedade global no início deste ano de 2023. A inteligência artificial (IA), que vinha crescendo a passos largos desde o início da década de 2010, chegou a um patamar dito “bizarro” pela comunidade científica, chegando a ponto de gerar o questionamento nas pessoas quanto à possibilidade de ela, a IA, poder simular uma consciência humana completa.

Seria o início da civilização cibernética, onde os antigos filmes de ficção científica finalmente se tornarão o cenário da realidade para os próximos anos? Será que esses agentes inteligentes são mesmo tão poderosos assim?

Se você tem dúvida, e a sorte de conseguir encontrar o site do ChatGPT no ar, pode experimentar fazer uma pergunta singela à inteligência dessa plataforma, como qual o sentido da vida? Porque o céu é azul? Qual foi a motivação da primeira guerra mundial?

O resultado disto será uma surpresa para você, que receberá um texto muito bem-produzido, sem erros linguísticos e, o que é mais importante, original e inédito. Sim, isso mesmo. Mas se você está pensando que estamos nos referindo a respostas simples e objetivas, vai ficar impressionado com o teor e o requinte literário do que receberá em alguns poucos segundos após o teclar do “Enter” em seu computador.

Se você é professor ou profissional ligado à educação básica, e estava preocupado com o mau uso do Google nas pesquisas e trabalhos passados aos seus alunos, seus problemas apenas começaram. É difícil detectar qualquer forma de plágio em textos produzidos pela inteligência do ChatGPT, ou por qualquer outra inteligência disponível no mercado para este fim. Pelo menos foi essa conclusão que chegamos em nossas pesquisas aqui na TeleSapiens.

Espera um pouco, existem outras inteligências?

Sim. Claro. É bom mesmo falarmos sobre isso agora, pois o ChatGPT já não está mais suportando a imensa carga de buscas e requisições de perguntas vindas dos quatro cantos deste planeta. O ChatGPT se originou de um projeto do Vale do Silício chamado Open AI, que significa inteligência artificial aberta. Essa iniciativa deu origem a várias startups que, a exemplo do ChatGPT, estão explorando o uso da IA em vários segmentos de mercado, como indústria, logística, saúde e educação.

Fonte: Writesonic

De todas as iniciativas provenientes do projeto Open AI, a que mais se aproxima do ChatGPT é a Write Sonic, que visa auxiliar o setor de criação de conteúdo para o marketing digital, prometendo turbinar a otimização de sites e blogs (SEO) com a produção de grandes volumes de conteúdos inéditos em tempo recorde.

Correndo por fora há alguns anos, a gigante Google vem trabalhando em seu próprio projeto de inteligência artificial. Estamos falando do projeto CALM. Diferentemente do Open AI, trata-se de um projeto fechado, visando evidentemente fortalecer e rentabilizar ainda mais as outras soluções oferecidas pela Google, como o Google Maps, por exemplo. A partir do CALM, a Google lançou recentemente o LaMDA, sigla que, em português, significa Modelo de Linguagem para Aplicativos de Diálogo.

Ainda em meados de 2022, os testes preliminares da ferramenta foram tão exitosos que um dos engenheiros da Google, Blake Lemoine, ousou dizer que essa inteligência artificial ganhou “vida própria”. Esta declaração gerou bastante polêmica na comunidade científica, provocando uma avalanche de matérias jornalísticas e vídeos a respeito desta profunda reflexão.

O que exatamente é possível se fazer com ferramentas de IA como o ChatGPT e o Write Sonic?

Fizemos aqui uma pequena lista de coisas que você pode fazer com a ajuda de uma IA. Claro que essa lista não encerra tudo aquilo que é possível, mas é uma boa amostragem do que as pessoas procuram ao recorrer ao ChatGPT, por exemplo:

• Criar conteúdo educacional com facilidade e rapidez: usando a IA, professores, educadores e até pais podem recorrer a um conhecimento que eles não possuem sobre algo. Claro que a Google também pode oferecer essa mesma funcionalidade com seu poderoso buscador, mas não com tanta assertividade e discernimento quanto esta. Ah, e tudo isso com requintes de detalhamento, onde você pode solicitar, em sua pergunta, que a resposta seja formulada para um estudante de engenharia no primeiro período que fala francês.
• Responder perguntas aleatórias, genéricas ou específicas: ainda que fora da esfera educacional propriamente dito, o ChatGPT e outras ferramentas similares conseguem responder perguntas sobre como fazer coisas, desde fazer um café, até projetar uma planta baixa de um imóvel.
• Simulação de conversações: embora muitas inteligências do passado como a Siri do iOS, existente desde a primeira metade da década de 2010, já conseguiam simular uma conversação, nada se compara ao robô inteligente do ChatGPT e outras tecnologias mais modernas.
• Criar conteúdo personalizado: o ChatGPT consegue calibrar sua figura de linguagem e estilo comunicacional de acordo com suas requisições, por exemplo: “explique a chegada do homem à lua para uma criança de 5 anos de idade entender”.
• Avaliação de desempenho do aluno: as inteligências derivadas da Open AI são capazes de dar feedbacks rápidos e personalizados sobre respostas de alunos a perguntas de enunciado aberto.
• Gamificação de conteúdo: é possível utilizar a IA do ChatGPT para criar jogos educativos baseados em textos, como games de perguntas e respostas, de aventura, de múltipla escolha, entre muitos outros tipos.
• Geração automática de provas e exercícios: com base em um texto, o ChatGPT é capaz de criar diversos exercícios e questões objetivas ou dissertativas para subsidiar o professor em suas atividades de aplicação e correção de atividades.
• Revisão textual automática com feedbacks ricos: a inteligência do ChatGPT consegue revisar um texto, com base em requisitos linguísticos e literários definidos por você, retornando sugestões de ajustes e melhoramentos quanto à gramática, ortografia, coesão textual, clareza e argumentação.
• Copidesque: você pode pedir ao ChatGPT que reescreva um determinado texto usando outras palavras, inclusive mudando o estilo literário para faixas etárias diferentes do público-alvo do texto original, entre outras variações linguísticas. Essa talvez seja a mais controversa funcionalidade apresentada pela ferramenta, pois se torna complicado a detecção do chamado “plágio perfeito”.
• Contação de histórias: por mais impactante que isto pareça, sim, o ChatGPT consegue inventar uma história baseada em alguns inputs do usuário, ajudando alunos e professores em suas atividades de escrita e interpretação de texto, bem como profissionais em suas atividades de criação.
• Criação de apresentações: o ChatGPT ajuda estudantes e profissionais em suas apresentações, fornecendo sugestões de conteúdo para torná-las mais impactantes.
• Produção de conteúdo para marketing digital: esta ferramenta pode acelerar bastante o trabalho do social media na escrita de conteúdo rico para artigos de blogs, textos para postagens nas redes sociais e outros conteúdos direcionados para o marketing digital.
• Quais os caminhos que a IA percorrerá na educação básica e no ensino superior?

Afinal, o ChatGPT ajuda ou atrapalha o processo de ensino-aprendizagem? Nós, da TeleSapiens, não podemos afirmar, e muito menos cravar qualquer prognóstico a esse respeito, pois seria muita pretensão nossa, por mais que estejamos estudando a IA aplicada à educação há pelo menos dois anos. Por isso escolhemos deixar algumas perguntas instrutivas e outras reflexivas, com breves respostas baseadas em nossa opinião bastante particular sobre cada uma delas, para você pensar e deixar seus comentários, críticas, indignação ou defesas sobre essa revolucionária tecnologia.

A IA pode ajudar o professor a gerar aprendizagem significativa para o aluno?

Em nossa opinião, ferramentas como o ChatGPT e todas as outras que estão por ser lançadas em breve nesse mercado, podem sim auxiliar o professor, uma vez que ele não consegue estar 24 horas por dia, 7 dias por semana, do lado de seu aluno. Aliás, nem mesmo os pais conseguem tal façanha. Desse modo, o estudante poderá utilizar essa ferramenta para complementar seu conteúdo de estudo a qualquer hora, de qualquer lugar.

Mas cabe ao professor acompanhar esse relacionamento, deixando claro para o aluno que isto se trata de uma complementação de estudos. Por outro lado, o professor precisa internalizar que essas ferramentas são suas aliadas, e não brigar contra elas, o que seria verdadeiramente inócuo, uma vez que ninguém consegue parar essa maré chamada inovação tecnológica. Usando palavras simples e diretas: “aceita que dói menos”. E melhor ainda: “se você não consegue lutar contra seu inimigo, alie-se a ele procurando tirar o que ele tem de bom”.

A IA pode prejudicar a comunidade científica?

No Brasil, é bastante comum associar a comunidade científica à imensa produção de conteúdo que vemos em sites como o Academia.edu, ou mesmo no currículo Lattes de vários estudantes ou docentes, que foram estimulados pelo MEC a escreverem o máximo de artigos para alcançarem boas pontuações para suas universidades e IES de um modo geral.

Mas, será que a comunidade científica se resume a isso? Claro que não. Infelizmente, a pesquisa científica no Brasil, em que pese o fato de ser de excelente qualidade, graças ao comprometimento e competência de nossos cientistas, têm gerado um número absurdo de artigos, muitas vezes desconectados de projetos ou pesquisas científicas aplicadas. Então, se estamos falando desse perfil de cientista, “Houston, we have a problem here 😐”

Mas, por outro lado, um cientista ou pesquisador pode se utilizar do potencial de inteligência artificial dessas ferramentas para o ajudar a interpretar melhor dados pesquisados e buscar uma melhor maneira de apresentá-los em sua dissertação, ou aplicá-los tecnologicamente, buscando de forma autônoma experiências correlatas e convergentes. Isto, claro, entre inúmeras outras aplicações.

O que a TeleSapiens está fazendo com a IA?

Atualmente, o time de tecnologia educacional da TeleSapiens, composto de profissionais de diversas áreas de conhecimento, estão envolvidos com a pesquisa sobre a aplicabilidade da inteligência artificial no segmento editorial, tanto na produção de seu próprio conteúdo, quanto na oferta deste conteúdo para os alunos de  nossos clientes.

Ainda para este ano, a Editora promete lançar algumas funcionalidades inteligentes em seu conteúdo didático digital, integradas a algumas plataformas que, voluntariamente, se apresentaram para servirem de base experimental.

Como a sua instituição pode se beneficiar das pesquisas da TeleSapiens

Ao longo deste ano, a TeleSapiens estará envolvida em diversos eventos científicos voltados à área de educação, onde a IA e a aprendizagem imersiva estarão na pauta de nossas discussões em palestras técnicas, seminários e apresentações. Muitas lives estão sendo programadas para este ano, tanto da própria TeleSapiens, quanto em outros eventos para os quais alguns de nossos profissionais foram convidados a palestrar.

Quer alguns spoilers? Você encontrará a TeleSapiens abordando este e outros temas nos seguintes eventos, já confirmados:

• PRODEESE: Programa para o Desenvolvimento de Empresários e Executivos do Setor de Educação, Hoper (Foz do Iguaçu). Saiba mais clicando aqui.
• IMERSIVO-EAD: Workshop ONLINE e GRATUITO sobre Educação, Tecnologia e Inovação em EaD. Saiba mais clicando aqui.
• 28º CIAED: XX. Saiba mais clicando aqui.

Interessado? Acompanhe-nos em nossas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades que apresentaremos sobre este e muitos outros temas de inovação tecnológica que vão ajudar a sua instituição de ensino a evoluir cada vez mais a experiência de seus alunos.