Os podcasts estão ganhando espaço como mídias educacionais. Um número cada vez maior de pessoas está escutando grandes educadores como Mário Sérgio Cortella, entre outros, nas principais plataformas de áudio como Spotify e Deezer. Mas, até que ponto os podcasts concorrem com as videoaulas? Qual é o melhor recurso didático? Será que tem espaço para os dois?
Videoaulas na EaD: como chegamos até aqui?
No período entre 1999 a 2004, o mercado se limitava a oferecer um método de ensino a distância baseado 100% em hipertextos. Sem muita atratividade, esse método acarretava um índice de evasão que beirava os 80%. A partir de 2005, com a consolidação das primeiras redes de ensino superior no sistema presencial conectado, a EaD passava a experimentar um novo modelo, onde as distâncias entre o aluno e o professor eram encurtadas pelo contato audiovisual entre eles. Naquela época, o satélite era o único veículo de comunicação que dava suporte a essa modalidade de ensino. Um recurso caro e escasso.
O fato que mais marcou esse período experiencial foi a drástica redução da evasão, que despencou dos 80% para a casa dos 30%, bastante próxima da realidade no ensino presencial. O fato de o aluno estar conectado ao vivo com o professor via satélite, passou a fazer toda diferença. No entanto, mesmo neste modelo, as atividades assíncronas eram necessárias, começando a criar uma cultura que viria a ser implantada anos mais tarde.
Com o crescimento da política nacional de banda larga, iniciada em 2010, aliado à alta do dólar por causa da bolha imobiliária de 2008, as teleaulas ao vivo via satélite foram sendo gradativamente substituídas pelo formato online assíncrono, onde o estudante conseguia assistir aos vídeos de qualquer lugar, a qualquer hora. Ao contrário do que se pensava, a evasão não aumentou significativamente por conta disto. Este índice passou de 30% para 40%, reduzindo para o patamar de 20% a partir de 2012, graças às melhorias na qualidade dos vídeos e aprimoramento dos métodos de tutoria em EaD, além da evolução das plataformas e dos conteúdos didáticos como um todo.
Atualmente, as videoaulas são as queridinhas do público estudantil, superando os e-books e até os games educacionais neste segmento. Segundo pesquisa realizada pela TeleSapiens em 2019, as videoaulas eram consideradas o recurso didático preferido dos estudantes, sobretudo quando elas tinham uma curta duração. A qualidade da produção dessas videoaulas também interferia no índice de aceitação, segundo esta mesma pesquisa.
A era dos podcasts educacionais
Ao longo da segunda década deste século, os dispositivos móveis passaram a ser cada vez mais utilizados pelos usuários de computadores. Tarefas até então realizadas por meio de computadores e notebooks, como fazer uma transação bancária ou acessar as redes sociais, tornaram-se comuns em aparelhos celulares. A mobilidade das pessoas em uma sociedade cada vez mais digital e conectada fez com que essa tendência chegasse também na educação.
Foi neste cenário que os podcasts começaram a ser utilizados em larga escala para vários fins instrucionais. O enorme sucesso de plataformas como o Spotfy e Deezer se deu justamente em função desta mobilidade. Atualmente, produtoras como a TeleSapiens estão investindo na produção e licenciamento de podcasts educacionais como parte de seus acervos didáticos.
Mas, por que os podcasts estão ganhando força na educação?
Assistir a uma videoaula exige um esforço considerável para pessoas cada vez mais ocupadas. Na vida moderna, estamos nos deslocando o tempo todo, e para assistir a uma aula por vídeo, temos que literalmente parar tudo o que estamos fazendo.
Mas, e com os podcasts isto é diferente? A resposta é sim. Totalmente diferente. Por exemplo, não podemos assistir a uma videoaula enquanto dirigimos ou andamos de bicicleta. Mas é perfeitamente possível ouvir uma aula inteira ao mesmo tempo em que fazemos tudo isso.
No entanto, não é só a mobilidade que está fazendo os podcasts ganharem espaço como mídias educativas. Devido ao fato de eles poderem ser escutados enquanto fazemos outras coisas, é aceitável que eles tenham durações maiores, além de não exigirem uma megaprodução por parte da instituição de ensino.
Desse modo, é possível gerar podcasts por meio de conversas gravadas diretamente com os professores ou autores dos livros didáticos utilizados pelos alunos. Já nas videoaulas, a utilização de professores é dificultada por vários fatores, como a falta de preparo e vocação de muitos deles para se portar frente à câmera, e principalmente a dificuldade de se gerar vídeos curtos sem a devida roteirização, tão necessária na produção de uma videoaula.
Trocando em miúdos, é possível e recomendável utilizar profissionais de comunicação para gravar videoaulas, enquanto se utiliza professores e autores para gravar os podcasts. Esta prática torna o processo de aprendizagem mais rico, pois o aluno se utiliza do pragmatismo e ludicidade de uma videoaula, ao mesmo tempo que se sente mais próximo de seu professor por meio de bate-papos literalmente ao pé do ouvido.
Como devem ser produzidos os podcasts?
A TeleSapiens produz os podcasts de seu material didático no melhor estilo “talk show”. Nesses programas de entrevistas o aluno se sente participativo em um bate-papo informal entre o entrevistador e o autor do livro ou um especialista na área da disciplina que está estudando. Desse modo, é possível estreitar os laços de relacionamento que unem o aluno e o seu professor formador (ou conteudista).
Outro aspecto importante na produção de um podcast é a transversalidade e contextualização do discurso. A ideia é que o conteúdo de um podcast educacional não repita aquilo que já está presente em outros recursos didáticos, como as videoaulas e o e-book. Ao contrário, os podcasts devem complementar e reforçar este conhecimento, levando o aluno a reflexões mais práticas sobre a aplicação do conteúdo no mundo do trabalho. Por exemplo, se a disciplina em foco é a de Cabeamento Estruturado, nos podcasts o aluno deve ser convidado a refletir sobre as oportunidades de trabalho nessa área, as dificuldades pelas quais passam os profissionais deste ofício, entre outros aspectos transversais e contextualizados sobre o tema.
E então, gostou?
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